sexta-feira, 9 de maio de 2008

Speed Racer



Quem está em torno dos quarenta certamente se lembra de Speed Racer, a famosa animação criada pelo japonês Tatsuo Yoshida que narra as aventuras do garoto prodígio que arrasa ao volante do carrinho vermelho e branco batizado de Mach 5. Estréia nesta sexta a versão em carne e osso do desenho, que também marca o retorno à direção dos irmãos Wachowski. Apesar de terem produzido o excelente V de Vingança em 2005, Andy e Larry Wachowski estavam sem dirigir um filme desde o terceiro Matrix (2003). Então a chegada de Speed Racer vem de encontro às expectativas tanto dos fãs do desenho como da dupla de cineastas.

Filho de um projetista de carros de corrida e irmão de um corajoso piloto, Speed Racer é fascinado pelas corridas desde criança. Na escola, devaneia pensando em carros, adrenalina e velocidade. Logo em suas primeiras corridas, se destaca pelo talento e coragem. Mas tanto Speed como seus pais têm que lidar com as dolorosas memórias de Rex Racer, o irmão mais velho que morreu num trágico acidente na pista. Quando dispensa uma oferta substancial para se unir à poderosa escuderia Royalton, Speed enfurece um desonesto magnata que jura destruir sua carreira. Mas ele acredita que pode vencer as manipulações do esporte com puro talento e, com apoio da família e da namorada Trixie, Speed se lança no rally The Crucible – a perigosa competição através do deserto que tirou a vida de seu irmão.

Os efeitos especiais chamam a atenção, especialmente por seu uso psicodélico. A direção de arte, inspirada nos animes japoneses, é escandalosamente colorida e mescla a estética dos anos 50 com toques futuristas. As impressionantes seqüências de corridas foram criadas através de uma sobreposição de animação computadorizada às cenas gravadas. Aliás, as pistas de corrida mais parecem trilhos de uma montanha-russa. Outro destaque é o visual da fábrica do vilão, que lembra bastante alguns dos delírios criativos de Willy Wonka em A Fantástica Fábrica de Chocolate.

O elenco é bacana. Emile Hirsch, que personifica o arrojado protagonista, já mostrou em Na Natureza Selvagem que vem se desenvolvendo como ator e não apenas como astro. A ótima Christina Ricci comparece como Trixie, a esperta namoradinha, e ainda temos o auxílio luxuoso de Susan Sarandon e John Goodman como os pais. O garoto Paulie Litt diverte como Gorducho, o irmão inconveniente que se mete em todo tipo de confusão com o chimpanzé de estimação Zequinha. Também os fãs do seriado Lost devem gostar de ver o bonitinho Matthew Fox na pele do misterioso Corredor X. Enfim, fica difícil imaginar um elenco melhor e mais diversificado.

Os realizadores do longa fizeram uma escolha: direcioná-lo ao público infanto-juvenil. Embora tal opção possa decepcionar um pouco os fãs graúdos, é preciso respeitar a abordagem escolhida. Afinal de contas, fica bem claro para o espectador que o modo como o filme foi concebido foi uma opção deliberada e não ineficácia acidental. A pergunta que me fiz, terminada a projeção, foi: “o que eu acharia deste filme se tivesse 12 ou 13 anos?”. Provavelmente, adoraria. Go Speed Racer, go!

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