terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Mulher Sem Piano


Todo ano o Festival tem pelo menos uns três filmes parecidos com esse longa espanhol A Mulher Sem Piano, ou seja, uma história meio blasè que sai do nada para chegar a lugar nenhum. Rosa é uma madrilena de meia-idade, casada com um motorista de táxi. Leva uma vida tediosa e previsível, entre preparar as refeições do marido – que nem sempre pode vir almoçar com ela – e atender as clientes em um negócio de depilação que tem em casa. Sexualmente frustrada e desprovida de amigos ou vida social, um dia resolve subitamente sair porta afora para tentar escapar da rotina na qual está presa.

Muitas boas produções já foram feitas sobre temas pouco palpáveis como a solidão e o tédio existencial – um exemplo que me vem à mente é o belo Encontros e Desencontros, de Sofia Coppola. Mais importante do que o assunto é tratá-lo de forma relevante, e um filme sobre pessoas sem perspectiva não precisa, necessariamente, entediar o espectador. A Mulher sem Piano não somente é banal e cheio de planos arrastados, como também se desenrola todo através de situações pouco interessantes. Sem conflitos, sem nenhum desenvolvimento satisfatório de seus personagens, apenas passando de uma seqüência a outra, para culminar em um desfecho que é meio óbvio desde o princípio. Realmente não dá para entender o filme chegar aqui laureado por um prêmio de direção no Festival de San Sebastián do ano passado. Não chega a ser desastroso, mas pode-se dizer que assistir ao filme é uma uma experiência desnecessária.

A Mulher Sem Piano (La Mujer Sin Piano), de Javier Rebollo. ESP / FRA, 2009. 95 minutos. Mostra Expectativa 2010

Nota: 4,0

Nenhum comentário:

Postar um comentário