domingo, 26 de setembro de 2010

À Oeste de Plutão


Estava demorando para aparecer ele, o primeiro candidato sério ao posto de pior filme deste Festival. À Oeste de Plutão envergonha a cinematografia do Canadá, que sempre traz novidades no mínimo curiosas para o Festival do Rio. O filme faz um recorte de 24 horas na vida de alguns adolescentes canadenses que estudam na mesma escola de ensino médio nos subúrbios de Québec. Ou seja, mais uma produção na linha “quero ser Gus Van Sant”.

O fiapo de roteiro se limita a acompanhar os supostos conflitos de uma garotada de classe média, mas tais problemas, na verdade, não passam de estereótipos batidos do adolescente “rebelde sem causa”. Tem o garoto tímido que não consegue se declarar, o que vive batendo de frente com a mãe (e que soa como uma imitação frouxa do protagonista de Eu Matei Minha Mãe), o que não sabe como deve lidar com o novo padrasto, a menina que é ridicularizada pelas costas pela amiga, enfim, um saco de gatos que faz jus ao pior do cinema americano nesse gênero.

Mas a originalidade zero nem é o que mais irrita no filme. Chato mesmo é ter que aturar as conexões astronômicas forçadíssimas, tudo para justificar o título. Teria o roteirista pensado no título primeiro e só depois escrito essa bobagem? Completam o pacote uma fotografia amadora, um elenco idem e uma direção de atores inexistente. Será que alguém ainda tem paciência para uma cena mostrando três garotos discutindo por vários minutos sobre quem vai comer a mãe de quem? Façam-me o favor.

Para não dizer que nada se salva no filme, o cachorro neurótico é legal. Mas só ele.

À Oeste de Plutão (À L’ouest de Pluton), de Henry Bernadet, Myriam Verreault. Canadá, 2009. 95minutos. Mostra Expectativa 2010

Nota: 1,0

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