sábado, 11 de setembro de 2010

Marina


Confesso que me sinto em dívida com os caríssimos leitores por ainda não ter falado aqui sobre esse espetáculo maravilhoso que é Marina. Ontem fui assisti-lo pela segunda vez, carregando comigo alguns novos adeptos para apreciar o trabalho preciso e irretocável apresentado pela Cia. Pequod. Em cartaz com seu sétimo espetáculo, a companhia dirigida por Miguel Vellinho especializou-se numa vertente teatral extremamente difícil de realizar (ao menos, realizar bem) e que nem sempre obtém o reconhecimento que merece: o teatro de animação. Arte constantemente confundida com o teatro infantil, a manipulação de bonecos e objetos é feita de encantos e sutilezas passíveis de deslumbrar espectadores de qualquer faixa etária.

Basta estar com a mente aberta e o coração idem para penetrar no universo marinho criado no Teatro III do CCBB e se deixar comover pelo conto da sereia rebelde que ousou querer ser gente e pagou um preço alto por isso. Aqui, o tradicional conto da Sereiazinha de Hans Christian Andersen (esqueçam a versão açucarada da Disney) é embalado pelas canções do mar de Dorival Caymmi e emoldurado por uma deslumbrante cenografia composta por quatro aquários enormes, dentro dos quais serão manipuladas as marionetes aquáticas, além dos mais diversos elementos sensoriais.

O público que for assistir a Marina terá a oportunidade rara de estar em um espetáculo que mexe com todos os sentidos. Em um casamento perfeito entre sons, cores, formas e texturas, os excelentes atores-cantores-ilusionistas da Cia. Pequod levam o espectador para dentro de seu universo mágico, e o que é melhor, com total domínio de sua arte. Vale muito a pena conferir! Prestem atenção na perfeitas transição de proporções e na interação entre os atores e seus respectivos personagens em animação.

Em tempo: a peça está sendo exibida em duas versões. Marina, o espetáculo adulto, acontece de quarta a domingo, às 20h. Ingressos a inacreditáveis 10 reais (inteira) e 5 reais (meia-entrada). Já a versão infantil da peça é apenas aos sábados e domingos às 18h e tem entrada gratuita, mediante a retirada de senhas. Mais informações com o Centro Cultural Banco do Brasil no telefone 3808-2020.

Nenhum comentário:

Postar um comentário