domingo, 26 de setembro de 2010

Um Homem um Tanto Gentil


Ulrik é um cinquentão que acaba de sair da prisão após cumprir uma pena de doze anos. Ao longo de sua estadia atrás das grades, a mulher o deixou e o filho, hoje com 25 anos, se acostumou a dizer às pessoas que o pai havia morrido. Jensen, o chefe da gangue à qual pertencia, quer ajudá-lo e lhe consegue um emprego de mecânico e um quarto alugado na casa de sua irmã. Em troca, pede que Ulrik se vingue do homem que foi responsável por sua prisão. Jensen acha que seus homens devem sempre acertar as suas contas, senão ele próprio ficaria desmoralizado. Ulrik gostaria de apenas tocar sua vida, mas não consegue dizer não às pessoas, sejam elas bandidos ou mulheres.

Contra si, o filme tem apenas o fato de trabalhar em cima de um argumento muito batido no cinema: o do marginal que gostaria de mudar de vida, mas tem o mundo inteiro empurrando-o de volta à criminalidade. Mas é como dizem os mestres do roteiro, mais importante do que o tema escolhido é o modo de desenvolvê-lo. Um Homem um Tanto Gentil opta por mesclar o tom pesado dos filmes de gangsteres com toques de comédia. Mais ou menos como já havia sido feito no ótimo Na Mira do Chefe, uma fauna de personagens surreais cerca o protagonista. Destaque para Karen Margarethe, a sisuda irmã de Jensen que assedia Ulrik da maneira mais bizarra que uma mulher já assediou um homem. Também é interessante o contraste entre o perfil “profissional” de Ulrik e sua extrema docilidade como ser humano. E, por último, mas não menos importante, nada disso daria certo se o filme não fosse protagonizado por um ator de extrema competência como o sueco Stellan Skarsgard. Com esse filme, Skarsgard prova que é menos reconhecido do que realmente merece.

Um Homem um Tanto Gentil (En Ganske Snill Mann), de Hans Petter Moland. Noruega, 2010. 107 minutos. Mostra Panorama do Cinema Mundial

Nota: 7,5

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