domingo, 20 de abril de 2008

Pecados Inocentes


Baseado numa história real, o filme narra a trajetória de Barbara Daly Baekeland. Ao se casar com o milionário Brooks Baekeland – um bon-vivant que nunca trabalhou e vive dos dividendos do avô que inventou a baquelita (uma espécie de plástico) –, Barbara se torna obcecada em ser aceita entre a alta sociedade e entra em crises cada vez mais constantes ao perceber que sua origem social inferior sempre a estigmatizará. Quando Brooks a abandona para viver com uma jovem espanhola, Barbara desenvolve uma ligação doentia com o filho único.

Ouvi falar de Pecados Inocentes pela primeira vez durante o último Festival do Rio. Na época, o filme ainda era conhecido por seu título original (Savage Grace) e cogitava-se que Julianne Moore estaria cotada ao Oscar por esse papel. Uma expectativa que, conforme já sabemos, não se concretizou. Ficou a curiosidade a respeito do filme. Qual não foi minha decepção ao finalmente assisti-lo.

A despeito de tratar de temas espinhosos, Pecados Inocentes é um filme incrivelmente chato. No início, promete. A afetação de Julianne como a nova-rica que quer a todo custo conseguir seu lugar ao sol numa sociedade pouco disposta a ser receptiva é bastante interessante. Destaque para a cena em que ela obriga o filho a ler em francês diante de um intelectual parisiense e sua posterior explosão de fúria ao ser tratada com condescendência.

Mas o filme perde em dramaticidade e interesse a partir do momento que Barbara é abandonada pelo marido e se fecha em sua relação doentia com o filho. A partir daí, a narrativa fica repetitiva e com uma preocupação evidente em chocar o espectador. E Tony e Barbara passam o resto do filme dando voltas em torno de sua simbiose rodrigueana. E vamos combinar que nem a atuação de Julianne Moore é aquilo tudo que se esperava. A atriz se contenta em reproduzir um pastiche do que foi sua excelente performance em Longe do Paraíso, prejudicada pelo fato de estar contracenando com o fraquinho Eddie Redmayne.

O título em português, além de pegar carona no ótimo Pecados Íntimos, é totalmente inadequado, já que os pecados cometidos pelos personagens podem ser tudo... menos inocentes. Fica como curiosidade ver Belén Rueda – estrela de O Orfanato – numa pequena participação como uma socialite espanhola.

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