sexta-feira, 18 de abril de 2008

Quebrando a Banca



Ben Campbell é o melhor aluno do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e acaba de ser aceito na faculdade de medicina de Harvard. O único empecilho para que ele realize seu sonho é o fato dele não ter dinheiro para custear a faculdade. Ben candidata-se a uma bolsa integral que escolhe apenas um aluno por ano e, independente de sua genialidade em matemática, sabe que será difícil obtê-la, já que não tem a experiência de vida requerida. O marasmo de sua vida é sacudido por Micky Rosa, um professor de matemática que o recruta para ingressar num grupo secreto de alunos brilhantes. O objetivo? Desvendar os segredos do blackjack e, munidos de identidades falsas, ir a Las Vegas arrancar verdadeiras fortunas dos cassinos. Segundo Micky, o blackjack é o único jogo de azar onde é possível vencer a banca através da lógica. Para isso, eles utilizam um sistema de contagem de cartas e, trabalhando em equipe, conseguem saber o momento exato de apostar alto. O título original, 21, faz referência não apenas ao nome popular do blackjack, mas também à idade que o protagonista acaba de completar.

OK. Vamos esquecer o fato de que dificilmente um grupo de jovens prodígios da matemática seria formado por uma garotada tão descolada e arrumadinha. Os gênios tecnológicos costumam se parecer mais com Bill Gates do que com o gatinho Jim Sturgess. Mas tudo bem. Um pouco de incentivo visual nunca fez mal ao cinema, muito pelo contrário. O que força a barra mesmo é o modo como os jovens, além de utilizar seus talentos estatísticos, ainda se transformam em excelentes atores, já que cada um deles desempenha personagens novos a cada noitada. Então o professor Rosa, além de saber reconhecer gênios, também tem um infalível olho clínico para talento dramático.

O filme tem um quê de Onze Homens e um Segredo e suas seqüências. É claro que, ao contrário da turma de George Clooney, a rapaziada de Quebrando a Banca não está exatamente cometendo um crime. Não existe nenhuma lei que diga que não se pode contar as cartas. Só que isso não faz lá muita diferença se os truculentos leões de chácara desconfiarem do sujeito e o arrastarem para uma sala nos porões do cassino. O mais incrível de tudo é que o filme – adaptação do livro Bringing Down the House, de Ben Mezrich – se diz baseado numa história real.

O britânico Jim Sturgess, revelado no musical Across the Universe, mostra que tem cacife para fazer carreira internacional. É bonito, carismático, bom ator e, como pudemos ver em seu filme anterior, canta muito bem. Uma pena que em Quebrando a Banca ele seja prejudicado por ter como par romântico a apática Kate Bosworth (de Superman – O Retorno). Em papéis coadjuvantes, o filme ganha o reforço dos sempre eficientes Kevin Spacey (um dos produtores do longa) como o professor picareta e Laurence Fishburne como o chefe de segurança disposto a tudo para manter o emprego.

Apesar de suas extrapolações, Quebrando a Banca é bom divertimento. Não é um filme originalíssimo, já que o espectador consegue adivinhar quase tudo que vai acontecer antes que seja mostrado na tela. Tampouco o currículo do diretor Robert Luketic é dos mais animadores: seus  filmes principais são Legalmente Loura e A Sogra. Mas até que o moço se saiu melhor nesse novo trabalho e conseguiu realizar um filme vibrante e bem interpretado. Ou seja: diversão ligeira para aqueles dias em que você quer ver algo interessante na telona, porém não está querendo gastar demais os neurônios.

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