sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Algumas Garotas


Para fugir da rotina maçante de um casamento em crise, Celina aceita o convite para passar alguns dias na casa de campo da amiga que não vê desde os tempos de universidade. Lá percebe que algo estranho ronda Paula, a enteada da amiga. As garotas Martina e Nené também se comportam de maneira duvidosa. Celina descobre que Paula tentou cometer suicídio. Numa ambientação que embaralha sonho e realidade, vida e morte, Celina percebe que o lugar que esperava que curaria suas próprias dores passa ao largo de suas expectativas.

O parágrafo acima, caros leitores, é a sinopse que consta na programação do Festival. Creiam-me, ela é muito mais coerente e interessante do que o longa em si. Na realidade, o filme é um conjunto de cenas aleatórias, conversas sem começo ou fim, tomadas grotescas ou surreais sem a menor explicação no contexto (qual contexto?) da história (qual história?). Percebe-se uma tentativa (frustrada) do argentino Santiago Palavecino em remeter ao universo de David Lynch, mas sem a habilidade deste em colocar na tela imagens realmente magnéticas ou provocantes. O resultado ficou mais parecido com uma versão macabra de reality show dirigida por M. Night Shayamalan.

Depois de mais ou menos meia hora, ou seja, quando chegamos à conclusão de que o filme vai continuar exatamente desse jeito até o final, torna-se quase insuportável continuar a assisti-lo, tanto que a quantidade de pessoas que abandonaram a sala de exibição foi recorde. Nós, pobres jornalistas, tivemos que permanecer.

Mostra Première Latina

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