sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Layla Fourie


O filme já parte de um argumento um pouco estranho: a personagem-título é uma mãe solteira sul-africana que consegue um novo emprego como operadora de polígrafo. Sua primeira missão é em um cassino e resortsituado em um local isolado. Uma noite, voltando do trabalho para o hotel onde vive com o filho pequeno, Layla acidentalmente atropela e mata um homem na estrada. Com medo das consequências, ela decide não somente não relatar o acidente, como esconder o corpo em um lixão.

Ok. A protagonista já não inspira muita confiança por essa primeira decisão, mesmo considerando o fato de que ela pensava no bem-estar do filho – já que uma cena anterior deixa claro que ela não poderia contar com o pai da criança, caso fosse presa. Fugir do local, embora condenável, seria um instinto mais compreensível do que colocar o atropelado no carro e, percebendo que ele já estava morto, resolver esconder o corpo. Pior, tendo uma criança pequena como testemunha. Também parece maniqueísta o fato dela, negra, ter atropelado um homem branco. Quando ela pensa em procurar a polícia, quem a atende na delegacia? Um policial branco.

A partir daí, o filme desenvolve uma série de coincidências e conexões que tornam a trama cada vez menos verossímil. Também em questão de ritmo, Layla Fourie deixa a desejar. É tudo lento demais. O que tem de interessante? A paranoia que Layla vai desenvolvendo progressivamente em relação ao filho, que pode denunciá-la involuntariamente a qualquer momento.

No geral, um filme bastante fraco. Não dá para entender o porquê da diretora Pia Marais ter recebido uma menção especial do júri no último Festival de Berlim.

Mostra Foco Alemanha

Nenhum comentário:

Postar um comentário