domingo, 6 de outubro de 2013

Joe


O filme se chama Joe, mas bem poderia chamar-se “o retorno de Nicolas Cage”. O ator, que não faz um trabalho decente há pelo menos dez anos, parece ter se lembrado de que sabe atuar. Também é curioso que esse inesperado despertar tenha acontecido sob a batuta de David Gordon Green, cineasta que vinha fazendo comédias amalucadas como Sua Alteza? e Segurando as Pontas. Cage é Joe Ransom, um sujeito trabalhador e confiável, mas bastante arredio devido ao passado conturbado. Joe faz a linha Humphrey Bogart, ou seja, prefere não arriscar o pescoço por ninguém, mas acaba se envolvendo nos problemas de Gary, um menino de 15 anos determinado a melhorar de vida e escapar da influência nociva do pai.

O filme é um drama tenso, pontuado por algumas cenas bastante violentas. A ambientação de cidade americana pequena, onde todos se conhecem e muita coisa é resolvida na base da camaradagem ou da implicância recorrente, também funciona bem. Já o roteiro diz bastante coisa sobre o protagonista de modo não explícito, deixando que o próprio espectador vá juntando os pedaços sobre a personalidade de Joe e suas atitudes que por vezes parecem contraditórias. Enfim, é um bom filme (apesar do desfecho previsível); mas o grande destaque mesmo fica por conta de rever Nicolas Cage em um grande papel.

Tye Sheridan (que também impressiona no ainda inédito por aqui Amor Bandido) recebeu o prêmio Marcello Mastroianni para jovens atores no último Festival de Veneza e gerou uma pequena polêmica por lá ao declarar que não sabia quem era Mastroianni. Cultura geral à parte, Tye está ótimo no filme e é um prazer vê-lo em cena ao lado de Nicolas Cage. Excelente dupla.

Mostra Panorama



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