Simpático este début do argentino Luciano Quilici. O argumento não poderia ser mais simples: um grupo de amigos de longa data se reúne em uma casa de campo para jogar conversa fora. Todos estão na faixa dos 30 anos e carregam alguma dose de amargura ou arrependimento. O dia se consome em discussões, brincadeiras e descobertas, enquanto uma série de flashbacks ajuda a delinear a personalidade e os problemas mais urgentes de cada um.
O filme faz jus à máxima “olhando de perto ninguém é normal”, já que em menor ou maior grau todos os personagens parecem ter algum tipo de desequilíbrio emocional. Quilici – que também é autor do roteiro – consegue criar uma série de situações surreais, como o personagem que se convence de que sua missão é repovoar o Paraguai ou o casal que sempre discute porque o marido está obcecado com o seu sobrepeso. Embora seja um filme que gira em torno de si mesmo e não chega exatamente a uma conclusão, é bem interessante pelo painel que faz de uma geração que perdeu os ideais de juventude e acabou à deriva de um mundo onde parece não se encaixar mais.
Mostra Première Latina
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