segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O Gigante Egoísta


O filme narra um rito de passagem de dois meninos para a adolescência. Arbor e Swifty são suspensos da escola e começam a passar o tempo ocioso coletando materiais para vender em um ferro-velho. Enquanto o pacato Swifty chama a atenção de Kitten, o dono do ferro-velho, devido a seu talento para lidar com animais, Arbor começa a fica obcecado em ganhar dinheiro e com ciúmes por ter ficado em segundo plano.

O mais interessante na trama é a ambientação que cerca os meninos, filhos da classe operária inglesa. Com pais que querem que eles estudem e tenham uma vida melhor, mas, ao mesmo tempo, parecem alheios ao que acontece na vida dos filhos (como se a educação dos mesmos fosse de responsabilidade exclusiva da instituição de ensino), os meninos vivem à deriva de seus próprios instintos que, no caso de Arbor, o empurram a decisões equivocadas e perigosas.

Este é o primeiro longa de ficção da diretora Clio Barnard, que apresenta um olhar bastante cru sobre as dores do crescimento e o sentimento de estar abandonado à própria sorte em um mundo vasto demais. O roteiro, porém, parece um pouco truncado sob certos aspectos, assim como soa pouco verossímil a mudança de atitude de Kitten ao final. Parece, ainda, meio forçada (ou oportunista) a decisão de batizar o filme com o mesmo título de uma fábula de Oscar Wilde. Percebe-se também uma clara tentativa de remeter ao tema da juventude sem rumo e marcada pela desesperança, mas sem a habilidade dramatúrgica de uma obra como Os Incompreendidos. Em todo caso, Barnard demonstra ser uma cineasta a quem devemos ficar atentos no futuro.

Mostra Expectativa 


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