terça-feira, 22 de setembro de 2009

500 Dias com Ela


Contada através de episódios não-lineares, a trama acompanha os 500 dias que o jovem Tom passa perdido de amor pela colega de trabalho Summer. Embora seja formado em arquitetura, as coisas não deram certo para Tom na profissão e seu trabalho atual é redigir cartões de felicitação. Tímido, solitário e descontente com a vida, ele quase não acredita quando a bela Summer se aproxima dele e demonstra apreciar sua companhia. Da amizade ao namoro é um pulo, mas o grande problema é que a moça não acredita no amor e insiste que eles não devem rotular o que estão vivendo como um relacionamento.

500 Dias com Ela é, desde já, sério candidato ao posto de filme-gracinha deste Festival. Com uma estrutura que lembra bastante o brasileiro Pequeno Dicionário Amoroso – com a diferença da contagem dos dias no lugar dos verbetes –, o longa de Marc Webb tem de tudo para agradar em cheio: moderninho, terno, engraçado, com um elenco simpático e uma trama simples (porém, pertinente) sobre todo o processo que vai do encantamento à desilusão, passando pela euforia, briguinhas, recaídas, enfim, todas aquelas fases de um relacionamento amoroso que todo mundo conhece bem.

Nos papéis centrais, os carismáticos Zooey Deschanel e Joseph Gordon-Levitt destilam tanta simpatia que fica impossível para o espectador tomar partido de algum dos dois. Zooey é uma das musas do cinema independente e Joseph tem o perfil do carinha legal, espirituoso, bonitinho, porém absolutamente comum – tipo uma versão mais jovem do John Cusack –, o que combina perfeitamente com o personagem. E a química entre os dois é tão bacana que em nenhum momento do filme parece estranho que aquela menina descolada e experiente se interesse pelo menino retraído e romântico.

O filme é o primeiro longa-metragem do diretor de clipes Marc Webb, que estará no Festival para entrevistas. Seu histórico publicitário/musical fica evidente pela excelente trilha sonora, montagem esperta e, sobretudo, pelo ritmo fluido. Outra solução simples e inteligente foi usar a contagem dos 500 dias para marcar as idas e vindas no tempo. O espectador logo se situa a partir de que dia as coisas começaram a acontecer entre os dois e, depois, desandar.

500 Dias com Ela é um ótimo começo para Webb, seja ele bem-vindo às telonas.

Nota: 8,0

((500) Days of Summer, de Marc Webb. EUA, 2009. 95 minutos. Panorama do Cinema Mundial)

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