terça-feira, 22 de setembro de 2009

Eu Matei a Minha Mãe


Hubert tem dezessete anos e simplesmente não suporta a mãe. Tudo lhe incomoda, desde suas roupas de gosto duvidoso até o modo como ela se porta à mesa. A mãe, por sua vez, tampouco facilita a harmonia, ao tentar manipular os sentimentos do rapaz e comportar-se de maneira contraditória e infantil. Hubert torna-se cada vez mais confuso e direciona suas frustrações para a educação que recebeu, ao mesmo tempo em que tem suas primeiras experiências sexuais com o amigo Antoine e desperta o afeto de uma professora. O longa foi exibido na Quinzena dos Realizadores de Cannes deste ano.

O ator canadense Xavier Dolan tem apenas 20 anos e faz seu dèbut como diretor e roteirista com este filme de proposta bastante interessante, embora deficiente sob alguns aspectos. O problema principal do longa é a falta de objetividade do roteiro, que faz com que a trama muitas vezes pareça estar caminhando em círculos. Problema que pode ser creditado à inexperiência de Dolan, que talvez tenha agregado para si mais funções do que poderia administrar.

O resultado é que o filme parte de um argumento original e se perde pelo meio do caminho. Sem contar que o título dá uma ideia equivocada de filme trash, o que não é o caso. Noves fora, restam as boas intenções e uma penca de sequências realmente inspiradas, mas que não chegam a construir um “todo” satisfatório. De todo modo, vale a pena ficar de olho em Xavier Dolan daqui para a frente. O ator/diretor/roteirista deixa claro com este primeiro filme que tem imaginação e energia para realizar coisas bacanas no futuro, faltando-lhe apenas adquirir mais maturidade artística.

Nota: 5,0

(J’ai Tué Ma Mère, de Xavier Dolan, Canadá, 2009. 100 minutos. Mostra Expectativa)

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