segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Lake Tahoe


Juan tem 16 anos e bate com o carro da mãe em um poste. Tentando resolver o problema por si próprio, acaba encontrando uma galeria de personagens inusitados: Don Heber, um velho mecânico paranóico que só confia em seu cachorro; Lucía, uma mãe solteira adolescente que sonha ser uma pop star; e David, um mecânico admirador de Bruce Lee e fascinado por artes marciais. Ao longo de um único dia, essas pessoas tocarão a vida de Juan e o farão esquecer, ainda que por pouco tempo, da dolorosa situação na qual se encontra. O filme foi vencedor do Prêmio FIPRESCI no Festival de Berlim de 2008.

Um filme extremamente simpático em sua simplicidade. Juan está tendo um dia daqueles, e na sua tentativa desesperada de consertar o carro da mãe vale tudo. Desde invadir a casa de um neurótico até ajudar um novo amigo a roubar a peça que precisa do carro de um conhecido, passando pelas primeiras e tímidas descobertas sexuais. E as peripécias pelas quais passa o rapaz são mostradas sempre com muita graça, dentro da linha “olhando de perto, ninguém é normal”. Destaque para a cena em que a mãe de David tenta convertê-los à mesa e também para todas as cenas de Juan com o cachorro Sica.

O jovem Diego Cataño é um achado, encarando as mais bizarras situações com a expressão mais abestada do mundo (a certa altura do filme, entendemos a razão de Juan estar em tal estado de letargia). A direção leve e segura de Fernando Eimbcke encontra algumas soluções simples e interessantes, como o uso intencionalmente prolongado da tela preta. O recurso é especialmente engraçado na cena em que Juan e David vão ao cinema ver Operação Dragão. A puxada de orelha fica por conta da gratuidade do título. Um diretor tão criativo certamente poderia ter pensado em algo melhor.

Nota: 7,0

(Lake Tahoe, de Fernando Eimbcke. México, 2008. 85min. Première Latina)

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