sábado, 19 de setembro de 2009

Arranca-me a Vida


O filme acompanha a trajetória da jovem Catalina dos quinze aos trinta anos, iniciando o relato quando ela se encanta pelo orgulhoso e autoritário general Andrés Ascensio e se casa com ele. Catalina logo descobre o delicado papel reservado à esposa de um militar com ambições políticas. Andrés quer ser governador e, um dia, presidente e tem expectativas bem definidas para sua esposa. Tendo como ambientação as reviravoltas políticas pelas quais passa o México nas décadas de 30/40, o filme também tece um retrato do papel da mulher na sociedade mexicana da época.

Arranca-me a Vida representa o que há de menos inventivo no cinema latino da atualidade. Excessivamente narrativo e explicadinho, com direito à narração em off da protagonista pontuando diversas passagens, o filme ainda comete o pecado de ser excessivamente arrastado em sua condução. O ritmo moroso, cansativo, as cenas alongadas, tudo isso faz com que seus 110 minutos pareçam durar o dobro disso.

Embora até evite alguns clichês no que diz respeito à construção de personagens (o marido machão tem seu lado afetuoso e a mocinha tem sua porção acomodada e interesseira), o longa em compensação recorre a todos os lugares-comuns em termos de estilo cinematográfico. Cenários idealizados nas tomadas românticas, boleros lacrimosos na trilha sonora, diálogos por vezes risíveis de tão canastrões. Para completar, ainda fica indeciso entre assumir o gênero novelão ou se aprofundar nas questões políticas e sociais. Ficando no meio do caminho, acaba sendo superficial em ambas as vertentes.

Nota: 4,0

(Arráncame la Vida, de Roberto Sneider. Mex/Esp, 2008. 110min. Première Latina)

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