sábado, 4 de outubro de 2008

Adoração


Sabine, professora de francês, pede a seus alunos que traduzam uma reportagem sobre um terrorista que usou a namorada grávida como bomba humana. Simon, adolescente solitário que perdeu os pais em um acidente de carro, escreve um texto misturando a tragédia do jornal com seus próprios traumas familiares e o que era apenas um exercício literário ganha proporções enormes. Exibido em competição no Festival de Cannes 2008.

Adoração tem, a meu ver, dois principais pontos fracos: o fato de apoiar grande parte de sua carga emocional em um ator que não dá conta do recado (o inexpressivo Devon Bostick no papel de Simon) e também a pouca credibilidade das ações da personagem da professora (aqui, o que incomodou foi a personagem em si e não a atriz). Eu simplesmente não consigo acreditar em Sabine e em seus joguinhos neuróticos, mesmo porque ela é representada no contexto do filme como uma pessoa ciente de suas ações. Sua aparição disfarçada perante o tio de Simon com aquele discurso sobre o Natal é, no mínimo, desconexa. Ao final, ela simplesmente se justifica dizendo que tem “atitudes estranhas”. Não convence.

No mais, a história tem seus altos e baixos e se desenvolve em um ritmo lento que não consegue empolgar em nenhum momento. Apenas razoável.

Adoração (Adoration), de Atom Egoyan. Com Arsinée Khanjian, Scott Speedman, Rachel Blanchard, Noam Jenkins, Devon Bostick. Canadá, 2007. 100min.

Mostra Panorama

Nota: 5,0

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