sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Fay Grim


Mais um filme mostrado no Festival do Rio do ano passado que chega tardiamente às telonas, Fay Grim tem sua trama centrada numa dona-de-casa que tem sua vidinha suburbana virada pelo avesso quando descobre que seu ex-marido Henry Fool, um simples lixeiro do Queens foragido da polícia há anos, é, na verdade, um espião que foi eliminado por saber demais. Um agente da CIA convence Fay a ir a Paris recuperar os diários de Henry, que conteriam valiosas informações cifradas. Mas Fay percebe que, no mundo da espionagem internacional, nada é o que parece e ninguém é confiável. Continuação de As Confissões de Henry Fool (1998).

A princípio, o longa é uma divertida farsa que brinca com o estilo 007. Com seus personagens intencionalmente caricatos e uma trama rocambolesca, lembra em alguns momentos o divertido Beijos e Tiros – também uma paródia, mas esse ao film noir. O roteiro inteligente e sarcástico de Fay Grim evolui muito bem até a metade do filme quando, inexplicavelmente, a história perde o tom de sátira que era seu maior charme e o filme assume um tom mais melodramático. Não chega invalidar suas qualidades, mas essa pequena decaída quebra o ritmo narrativo e isso certamente frustrará um pouco o espectador. O que é uma pena. Se tivesse conseguido sustentar a linguagem inicial até o fim, seria um filme excelente.

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