quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ano Unha


Como avisa em legendas antes do início do filme, o diretor Jonás Cuarón (filho de Alfonso Cuarón) escreveu o roteiro de Ano Unha a partir de imagens que ele registrou durante dois anos. Fotos reais, história fictícia. A trama que ele criou a partir de seus flashes é a seguinte: Molly, jovem americana em viagem ao México, aluga um quarto na casa de Diego, adolescente explodindo de testosterona. Diego, que só pensava na prima, passa a investir suas atenções em Molly, que se sente lisonjeada. Mas a garota volta para Nova Iorque e Diego, decidido a reencontrá-la, planeja ir atrás dela escondido dos pais.

Eis que na era do digital um cineasta estreante resolve voltar aos primórdios da sétima arte e fazer um filme usando fotografias para ilustrar a história a ser contada. Descrevendo assim, pode até parecer tosco. Mas o filme, apesar de ser uma espécie de fotonovela, consegue criar uma ilusão de movimento tão grande que por vezes o espectador até esquece que está olhando a projeção de imagens estáticas. Lembra um daqueles filmes do cinema mudo, como se tudo estivesse se movimentando em câmera lenta, mas com a diferença de que o ritmo da história é bastante ágil.

Talvez o resultado seja tão bacana por conta dos diálogos joviais e engraçados, especialmente do personagem Diego (cujas falas lembram bastante o modo de se expressar dos garotos de E Sua Mãe Também, dirigido pelo Cuarón pai). OK. Claro que não teria a mínima graça se Jonás começasse a fazer outros filmes assim. Ano Unha é uma fofurice, mas como uma experiência.

Está curioso com o título? Só digo que ele faz todo sentido.

Ano Unha (Año Uña), de Jonás Cuarón. Com Diego Cataño, Eireann Harper, Salvador Elizondo, Michèle Alban, Cristina Orozco. México / Estados Unidos, 2007. 82min.

Mostra Première Latina

Nota: 6,5

Nenhum comentário:

Postar um comentário