sábado, 8 de outubro de 2011

Eu Sou Carolyn Parker: a Boa, a Louca e a Bonita


O documentário acompanha a decidida Carolyn Parker, moradora de uma das regiões de Nova Orleans mais devastadas pelo furacão Katrina em 2005. Depois que as águas baixaram, Carolyn se tornou a principal porta-voz para cobrar das autoridades o apoio necessário para que os cidadãos pudessem reconstruir suas casas e, assim, voltar a viver nelas. O filme acompanha sua luta diária e seus muitos percalços em busca do direito de retomar a vida cotidiana. Exibido no Festival de Veneza 2011.

Certos longas suscitam no espectador a pergunta: por que, afinal de contas, esse filme foi feito? Com todo respeito às dificuldades reais e ao espírito guerreiro da senhora Carolyn Parker, é um pouco incompreensível para mim o porquê de um cineasta com a biografia de Jonathan Demme ter realizado esse documentário. É bem verdade que o século XXI não tem trazido boas inspirações para Demme, mas, ainda assim, custo a crer que este seja o mesmo diretor de O Silêncio dos Inocentes. Com um estilo que caberia melhor em um programa televisivo e a ingenuidade de um videomaker iniciante, o filme tem como único ponto de apoio a personalidade vibrante e enérgica de Carolyn, o que, convenhamos, é muito pouco para segurar o interesse do espectador por noventa minutos. É bem verdade que o jeitão despachado da protagonista garante boas risadas em algumas cenas, mas até mesmo esse atrativo perde a graça antes do meio do filme. Para piorar, o título engraçadinho não tem muito a ver com a história que se pretende contar – impossível não lembrar da infame “Valéria Vasques, a bonita” – e só serve para dar a impressão de ter sido uma última tentativa desesperada de atrair a atenção.

Eu Sou Carolyn Parker: a Boa, a Louca e a Bonita (I’m Carolyn Parker: The Good, the Mad and the Beautiful), de Jonathan Demme. Com Carolyn Parker, Kyrah Julian, Raymond Spriggens, Rahsaan Parker. EUA, 2011. 91 minutos. Panorama do Cinema Mundial.

Cotação: 3,0

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