terça-feira, 11 de outubro de 2011

Maytland


O argentino Víctor Maytland, diretor de cinema pornô, interpreta a si mesmo neste filme sobre suas dificuldades em continuar financiando seus filmes, que ele insiste em rechear com enredos e crítica social. Seu antigo produtor acredita que as pessoas querem ver apenas sexo neste tipo de filme e, portanto, seria perda de tempo e dinheiro colocar qualquer outro contexto. Mas Víctor não desistirá de seu mais surreal projeto: um pornô ambientado em um campo de prisioneiros da ditadura militar argentina. Ajudado financeiramente por seu filho e com a colaboração de seus fiéis parceiros, a trupe parte para realizar o ambicioso projeto de Maytland. Baseado em uma história real.

Esse filme é a melhor prova de que nem sempre uma ideia curiosa resulta em um bom filme. Lendo a sinopse, Maytland soa como um despretensioso trash movie. Mas, infelizmente, não é. E o grande problema no caminho da diversão é o fato de Víctor Maytland se levar incrivelmente a sério. Com ares de gênio incompreendido, Maytland gosta de fazer discursos e dar lições de moral ao filho em assuntos como, por exemplo, a importância do sexo a três. Repito: seria legal se fosse escrachado, mas a sério não dá. Pior ainda é a tentativa de deixar no ar um mistério sobre a atriz desaparecida durante a ditadura. Nem mesmo o assunto central, o tal filme de sexo no campo de prisioneiros, tem um mínimo de desenvolvimento. O assunto fica jogado na trama, num esquisito filme sobre sexo onde, paradoxalmente, o que menos se vê é sexo.

Maytland (idem), de Marcelo Charras. Com Víctor Maytland, Francisco Trull, Roberto Solano, Pilar Orellana, Adrián Martel, Sergio Poves Campos. Argentina, 2010. 82 minutos. Première Latina.

Cotação: 3,0

3 comentários:

  1. a critica foi perfeita, mas a cotação não é condizente.
    o filme é tão ruim que não merece ser cotado com qualquer grau.
    uma perda de tempo, e de pouco dinheiro, tendo em vista ser tão tosca a sua concepção.

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  2. critica perfeita para um filme péssimo... a cotação deveria ser zero

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  3. Oi Rogério,

    Esse ano eu estou cotando os filmes de 1 a 10 e, como a cotação é sempre comparativa, cotei esse como 3 em relação aos outros. E creia-me, eu tive o desprazer de ver algumas coisas bem piores. O Maytland, mesmo sendo totalmente equivocado, tem uma ou duas cenas que ainda se salvam, como, por exemplo, a da discussão dele com o produtor.

    Abraço e obrigada pela visita!

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