segunda-feira, 10 de outubro de 2011

No Limite


O filme é ambientado em 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Kray, vilarejo no interior da Sibéria, é uma espécie de purgatório para onde são enviados os cidadãos que de alguma forma colaboraram com o inimigo e são, portanto, considerados traidores da pátria. Ignat, um condecorado herói de guerra, é enviado pelo governo para coordenar os trabalhos em Kray. Sua chegada interfere na rotina local e desperta a inveja de alguns trabalhadores.

Sabe aqueles filmes que até são bonitos e bem-feitos, mas são tão arrastados que acabam diluindo suas boas intenções no marasmo? Assim é esse filme russo, cheio de bonitas imagens de inverno e trens que cortam a imensidão. Ignat é o estranho que vem de longe para abalar as estruturas locais. Demoramos um pouco a perceber suas reais intenções, pois sua figura é dúbia e não ajuda em nada o fato dele chegar tomando o emprego e a mulher de outro companheiro. A situação é interessante, e fica ainda mais quando entra em cena a moça alemã, o problema é que o ritmo claudicante do filme torna difícil para o espectador manter sua atenção ao longo de quase duas horas – a impressão é a de que o longa tem o dobro disso.

E aqui eu tenho que pedir licença à memória do mestre Billy Wilder para reproduzir sua brilhante resposta a um repórter que teria perguntado o sucesso de seus filmes: “É simples: basta não ser chato”. É uma pena ver boas produções prejudicadas pela falta dessa consciência.

No Limite (Kray), de Aleksei Uchitel. Com Vladimir Mashkov, Anjorka Strechel, Vyacheslav Krikunov, Sergey Garmash, Aleksei Gorbunov. Rússia, 2010. 119 minutos. Panorama do Cinema Mundial.

Cotação: 5,0

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