quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Funkytown


O filme faz um painel da efervescência da era disco no Canadá, entre 1976 e 1980. Em Montreal, o lugar onde tudo acontece e todos vão para serem vistos é a boate Starlight. Por lá desfilam celebridades como Bastien, apresentador de um programa de dança na TV; Adriana, bela modelo que vê o tempo passar sem ter conseguido chegar ao auge da carreira; Tino, exímio dançarino que se vê confuso com a proximidade do esfuziante Jonathan; Mimi, cantora que não consegue mais fazer sucesso desde que começou a onda disco; e Daniel, dono da boate que é oprimido pelo pai e não pode reagir porque lhe deve dinheiro.

Um dos maiores méritos desse exuberante filme é conseguir administrar tantos personagens e tramas paralelas sem se perder. Com um roteiro mosaico bastante rico e equilibrado, Funkytown apresenta um retrato bem claro de uma época e seus costumes. A boate – descrita mais de uma vez como o Studio 54 canadense – serve de convergência e ponto de ligação entre os diversos personagens. Em paralelo às intermináveis noites regadas a sexo, drogas e muitos hits dançantes, o filme ainda tem como pano de fundo a instabilidade política que o país vivia por conta do movimento separatista de Quebéc.

Totalmente vibrante em sua primeira metade e com uma seleção musical que dá vontade de ficar batendo o pezinho no chão, o longa vai se tornando bastante sombrio conforme se aproxima do desfecho. Isso por si só não chega a ser um defeito, já que todo filme que retrata esse período costuma caminhar para um clima de “a festa acabou”, mesmo porque o fim da era disco coincide com o surgimento dos primeiros casos de AIDS, mas o diretor Daniel Roby pesou a mão no drama um pouco além da conta. Afinal de contas, o panorama mostrado já era dramático por si só. Em todo caso, vale conferir pelos bons personagens, pela ambientação de época bacana e, principalmente, pela trilha sonora.

Funkytown (idem), de Daniel Roby. Com Patrick Huard, Justin Chatwin, Sarah Mutch, Raymond Bouchard, Paul Doucet. Canadá, 2011. 133 minutos. Expectativa.

Cotação: 7,0

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