segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Nana


Existem filmes bons, existem filmes ruins e existem filmes que são simplesmente inacreditáveis. É o caso deste, se é que pouco mais de uma hora de filmagem sobre o nada pode ser considerado um filme. Nana mais parece o resultado dos delírios de uma daquelas mães que filmam cada espirro que o filho dá e depois obriga os amigos e familiares a ficarem assistindo como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Vejamos o que diz a sinopse:

“Nana é uma garotinha de quatro anos que vive com sua mãe em uma casa de pedra no meio da floresta, não muito distante da fazenda de porcos de seu avô. Certo dia, ao voltar da escola, ela encontra a casa completamente vazia. Sentindo-se despreparada para cumprir seu papel, sua mãe foi embora e a deixou sozinha. Agora, Nana terá que enfrentar tarefas que ainda não estão a sua altura: acender a lareira, ensaiar palavrões, ler histórias para si mesma e até descobrir animais mortos em meio a seus brinquedos.”

Não é bem isso, ou pelo menos não se pode deduzir todo esse contexto somente assistindo ao filme. O longa começa com uma cena de crueldade animal que não tem nenhuma relevância para nada, depois prossegue com cerca de uma hora de filmagens mostrando a garotinha desenhando, tomando banho, brincando, enfim, fazendo coisas cotidianas e balbuciando frases que certamente vieram de seu próprio improviso (estaria a pequena creditada como co-roteirista?), tudo isso entremeado de cenas com pouco ou nenhum sentido, como, por exemplo, uma que mostra a menina vindo do meio da floresta com uma enorme mochila, no que seria – talvez – uma estranha alusão à chapeuzinho vermelho, difícil dizer. Mas o que realmente me deixa de cabelos em pé é saber que este, digamos, filme foi premiado como melhor filme de estreia no Festival de Locarno 2011. Dá até medo imaginar como seriam os outros concorrentes.

Em tempo: esse filme me fez mudar um conceito. Tinha decidido cotar os filmes apenas de 1 a 10, mas me sentiria muito mal em dar qualquer coisa além de zero para essa obra-prima do tédio, pretensão e falta de sentido.

Nana (idem), de Valérie Massadian. Com Kelyna Lecomte, Alain Sabras, Marie Delmas. França, 2011. 68 minutos. Expectativa.

Cotação: 0

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