Mary é uma canadense de Toronto com um passado bastante conturbado que encontrou a paz no casamento com um advogado e na profissão de policial. Mas essa frágil estrutura é rompida quando seu marido e filho são brutalmente assassinados e ela descobre que o crime foi executado a mando de um traficante que ela prendera um ano antes. Obcecada em se vingar, Mary persegue o jovem pistoleiro, sobrinho do traficante, pelos confins da Argentina e da Bolívia. Selecionado para a mostra Venice Days do Festival de Veneza 2011.
Mais um daqueles filmes que partem de uma premissa interessante e acabam se perdendo pelo meio do caminho por conta da obviedade. Desde o início, o longa já vai deixando mais ou menos claro para o espectador a reação que a protagonista terá ao finalmente conseguir encontrar o pistoleiro. A partir daí, o roteiro gasta o tempo de projeção restante num jogo de gato e rato de pouca emoção onde, muitas vezes, Mary parece simplesmente adivinhar a melhor maneira de continuar no encalço dos bandidos. Um exemplo disso é a cena na fronteira com a Bolívia, quando ela vai direto justamente na pessoa que tem informações para lhe dar. Também o seu passado é insinuado muitas vezes, mas sempre de passagem. E não parece ser uma decisão deliberada, no intuito de fazer mistério, e sim preguiça de desenvolver melhor a personagem.
Uma pena, porque o filme até tem seus bons momentos e um elenco competente, mas acaba deixando muito a desejar pela maneira frouxa como é conduzido. Curioso também é saber que o Brasil é um dos co-produtores do longa.
Um Outro Silêncio (Another Silence), de Santiago Amigorena. Com Marie-Josée Croze, Ignacio Rogers, Luis Ziembrowski, Ailin Salas. Fra/Arg/Can/Bra, 2011. 90 minutos. Panorama do Cinema Mundial.
Cotação: 5,0
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