domingo, 21 de setembro de 2008

Boogie


Bogdan é um trintão que leva uma vida responsável: trabalha arduamente, é casado, tem um filho de quatro anos e está prestes a ser pai novamente. No feriado do trabalho, viaja com a esposa e o filho para o litoral e lá encontra dois amigos que não vê há três anos. Eles continuam solteiros e logo despertam em Bogdan – Boogie, para eles – uma certa nostalgia dos seus tempos de farra e irresponsabilidade. Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2008.

O filme trata de um tema interessante e muito próximo de todos nós: o dilema das pessoas que assumem responsabilidades adultas antes de estarem completamente prontas para deixar para trás a vida de solteiro. Os conflitos de Boogie com a esposa são mostrados logo na cena de abertura, na praia. É como se ela fosse a mãe de dois meninos, o que fica ainda mais gritante quando ele decide entrar no mar gelado só porque viu um grupo de jovens fazendo o mesmo. Boogie, ao contrário do filho, é a criança que ela não pode controlar. Os amigos solteiros demonstram o típico egoísmo daqueles que têm as próprias vidas desestruturadas e, na primeira chance, dão um jeito de bagunçar o relacionamento alheio. Mas os problemas decorrentes do encontro são responsabilidade do próprio protagonista, que parecia esperar tão-somente uma deixa para se comportar daquela maneira.

O problema com o filme é seu ritmo lento, que acaba por diluir uma questão relevante em cenas alongadas muito além do necessário e cansando a paciência do espectador em uma hora e quarenta minutos que parecem durar muito mais do que isso. O roteiro tampouco dá foco à história, criando situações desnecessárias que prometem desdobramentos que não ocorrem. Um exemplo é o flerte de Boogie com a moça que anota seu celular, cena que cria uma expectativa e não gera nenhum conflito mais adiante. E o desfecho sem sal deixa o espectador sem saber o que, exatamente, o diretor pretendia dizer com a história.

Boogie (idem), de Radu Muntean. Com Dragos Bucur, Anamaria Marinca, Mimi Branescu. Romênia, 2008. 102min.

Mostra Expectativa

Nota: 5,0

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