terça-feira, 9 de setembro de 2008

Delírios


Quase um ano depois de ser exibido no Festival do Rio, chega às telas Delírios (estréia nesta sexta). O protagonista é Les Galantine, um paparazzo de segunda categoria que uma noite acolhe em seu apartamento o sem-teto Toby. Les o emprega como seu assistente e, embora não pague ao rapaz um salário, lhe dá casa e comida, além de começar a desenvolver uma forte afeição por ele. Toby sonha ser ator e, num incrível lance de sorte, consegue se aproximar da estrela pop Kharma. É quando começam os conflitos entre Toby e Les e as cobranças deste, que se sente usado.

O filme até que começa bem, enfocando o modo inusitado como começa a amizade entre Les e Toby e a rapidez espantosa com que eles passam de conhecidos a companheiros inseparáveis, justamente por serem ambos dois rejeitados. Parecia que vinha pela frente uma história sensível e realista. Inexplicavelmente, em sua segunda metade o longa começa a atirar para todas as direções. Bastidores das celebridades, romance água com açúcar, desvios para uma obsessão criminosa, além de insinuações muito tímidas de um interesse homossexual por parte de Les. Todos temas interessantíssimos de serem explorados. O problema é que nada disso é abordado de fato, diretamente. O filme ameaça, ameaça… e não cumpre nada. Salvam-se algumas (poucas) tiradas cômicas, especialmente nas falas do personagem de Steve Buscemi. Buscemi é bom ator, mas não faz milagre.

Apesar de seus incontáveis tropeços, Delírios foi vencedor dos prêmios de direção e roteiro no Festival de San Sebastian 2006. O Festival de San Sebastian precisa rever urgentemente seus parâmetros, porque é assustador que um filme como esse tenha faturado dois prêmios importantes.

Um comentário:

  1. Olá,

    Eu também vi o filme no festival e acho médio. O Buscemi anda tão sem graça e a carreira nunca mais foi a mesma.

    O que achou do thriller Paranóia Americana, lançamento da Moviemobz, uma das estréias de sexta.

    Um abraço.

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