quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Liverpool

Fica até difícil escrever uma sinopse de um filme onde nada acontece. OK, vamos lá: um marinheiro desce de seu navio numa cidade argentina para procurar a família. Chegando lá, reencontra a mãe doente e seu marido (é pai dele?) e mais uma irmã. E fica por lá, sem explicar porque chegou nem se pretende ir embora. Filme todo contemplativo, com planos longuíssimos e montagem lenta. Um tédio, com um roteiro (que roteiro?) que parte do nada e chega a lugar nenhum. O longa se limita a seguir a rotina de pessoas que praticamente não falam e tampouco fazem alguma coisa digna de nota. Conflito? Que conflito? Acompanhamos as refeições, a mãe doente na cama, a lavoura, a neve, o tédio, o sono – este último do espectador. Dava para ouvir os roncos na sala de projeção. Eu mesma, que não costumo dormir por mais arrastado que seja o filme, dei umas boas cabeceadas. Citando o mestre Billy Wilder, o pior pecado de um filme é ser chato. O mais incrível é que o filme tem pouco mais de uma hora e vinte. Mas você sai da sala de projeção moído como se tivesse visto a trilogia Senhor dos Anéis de uma vez só e sem intervalo.

Por que o filme se chama Liverpool? A explicação não poderia ser mais tosca.

Liverpool (idem), de Lisandro Alonso. Com Juan Fernández, Giselle Arrazabal, Nieves Cabrera. Argentina / Holanda / França / Espanha / Alemanha, 2008. 84min.

Première Latina

Nota: 0

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