Rapaz retorna à sua terra natal no Delta do rio Danúbio, após anos de afastamento da família. Descobre que a mãe se casou novamente e que tem uma irmã, mas, como não encontra boa acolhida, se instala na cabana que fora de seu pai. Logo a tímida irmã vai viver com ele e ajudá-lo na casa que ele está construindo no meio ao rio. Não demora para que o relacionamento dos irmãos comece a atrair a ira dos moradores da região.
O filme tem alguns pontos positivos, como o bom aproveitamento dos cenários rústicos e da parte visual em geral. É um filme rico de imagens, o que é realçado pela expressividade calada de Orsolya Tóth. Já Félix Lajkó (que, curiosamente, é mais compositor de trilhas do que ator) deixa a desejar na atuação e comparece apenas com seu rosto bonito.
Esse ano, em Cannes, o diretor húngaro Kornél Mundruczó concorreu à Palma de Ouro e venceu o prêmio Fipresci por esse filme. A maior fraqueza de Delta vem da timidez com que aborda o tema principal (incesto), como se estivesse envergonhado pelos personagens. Um exemplo disso é a cena em que a moça sofre uma violência, que parece estar ali para chocar e/ou justificar suas ações posteriores. Tampouco há um desenvolvimento psicológico dos personagens, o que faz falta considerando a temática proposta.
Delta (idem), de Kornél Mundruczó. Com Félix Lajkó, Orsolya Tóth, Lili Monori, Sándor Gáspár. Hungria / Alemanha, 2008. 92min.
Mostra Panorama
Nota: 5,0
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